"O palhaço" está fora do Oscar 2013



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Na última sexta-feira, 21, foram anunciados os filmes que concorrerão ao oscar de melhor filme estrangeiro. "O palhaço", dirigido e estrelado por Selton Mello, ficou de fora. O site oficial da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, divulgou as nove produções que avançam à penúltima fase da disputa:


Áustria: "Amour", de Michael Haneke
Canadá: "War witch", Kim Nguyen
Chile: "No", de Pablo Larraín
Dinamarca: "A royal affair", de Nikolaj Arcel
França: "Os intocáveis", de Olivier Nakache e Eric Toledano
Islândia: "The Deep", de Baltasar Kormákur
Noruega: "Kon-Tiki", de Joachim Rønning e Espen Sandberg
Romênia: "Beyond the Hills", de Cristian Mungiu
Suíça: "Sister", de Ursula Meier


Confira uma pequena resenha sobre o filme brasileiro: 

Um grande clichê, e nada mais

Em O Palhaço (2011) segundo longa dirigido por Selton Mello (Benjamim/Palhaço Pangaré), podemos perceber um amontoados de clichês. A mulher pecaminosa e desonesta, Vanda (Alessandra Brantes), que é sempre retratada em meio a um vermelho brilhante, ora ofuscada por uma chuva de rosas ou uma maçã (um belo close). Sim, ela se alimenta da fruta do pecado. Outro ponto óbvio da trama é o protagonista Benjamim, um palhaço em meio a uma crise de melancolia, que só encontra os ventos da mudança quando adquire um ventilador, que fora uma indicação da personagem de Alessandra Brantes, em um das cenas iniciais do filme. Não se pode esquecer a excelente atuação de Moacyr Franco como o delegado Justo, que infelizmente cai em outra obviedade, o homem da lei aceita ser subornado.



                Apesar de quase tudo na obra ser previsível, a fotografia é muito bela, principalmente as cenas que se passam dentro do picadeiro, ou retratam as paisagens por onde a trup passa. Benjamim, filho do palhaço Puro Sangue (Paulo José), sempre está por esses locais olhando para o horizonte (geralmente retratado em planos gerais), talvez a procura de algo desse sentido a sua vida novamente. É inevitável observarmos a crise existencial de Pangaré, inclusive com seu pai, Puro Samgue, e os demais companheiros, sem nos lembrarmos dos filmes de Fellini. Não que Selton dirija O Palhaço com tamanha maestria ou humor, mas a influência e a pretensão estão presentes.



            Um dos pontos favoráveis ao filme, é que seus personagens secundários conseguem suprir o desinteresse que o protagonista nos causa. Os irmãos Beto Papagaio e Deto Papagaio (ambos interpretados por Tonico Pereira), que aparentemente vivem sob o mesmo teto, mas não se falam por pelo o menos 15 anos. Outra dupla caricata é composta pelos irmãos Lorota, mas novamente caímos no problema dos clichês, os Lorota sempre querem levar vantagem contando alguma “mentira”. Apesar de esses personagens coadjuvantes conseguirem prender nossa atenção na obra, isso deixa evidente uma falha da direção, já que Benjamim/Pangaré é ofuscado por diversos momentos no filme.


            Benjamim chega a fugir do circo para começar uma nova vida, e o símbolo dessa mudança é finalmente conseguir obter uma carteira de identidade e um novo emprego, porém ele não se encaixa nesses padrões proletários e decide comprar um ventilador e retornar aos picadeiros. A medida é satisfatória para Pangaré e Puro Sangue.

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