Na última
sexta-feira, 21, foram anunciados os filmes que concorrerão ao oscar de melhor
filme estrangeiro. "O palhaço", dirigido e estrelado por Selton
Mello, ficou de fora. O
site oficial da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood,
divulgou as nove produções que avançam à penúltima fase da disputa:
Áustria:
"Amour", de Michael Haneke
Canadá: "War witch", Kim Nguyen
Chile: "No", de Pablo Larraín
Dinamarca: "A royal affair", de Nikolaj Arcel
França: "Os intocáveis", de Olivier Nakache e Eric Toledano
Islândia: "The Deep", de Baltasar Kormákur
Noruega: "Kon-Tiki", de Joachim Rønning e Espen Sandberg
Romênia: "Beyond the Hills", de Cristian Mungiu
Suíça: "Sister", de Ursula Meier
Canadá: "War witch", Kim Nguyen
Chile: "No", de Pablo Larraín
Dinamarca: "A royal affair", de Nikolaj Arcel
França: "Os intocáveis", de Olivier Nakache e Eric Toledano
Islândia: "The Deep", de Baltasar Kormákur
Noruega: "Kon-Tiki", de Joachim Rønning e Espen Sandberg
Romênia: "Beyond the Hills", de Cristian Mungiu
Suíça: "Sister", de Ursula Meier
Confira
uma pequena resenha sobre o filme brasileiro:
Um grande clichê, e nada mais
Em O
Palhaço (2011) segundo longa
dirigido por Selton Mello (Benjamim/Palhaço Pangaré), podemos perceber um
amontoados de clichês. A mulher pecaminosa e desonesta, Vanda (Alessandra
Brantes), que é sempre retratada em meio a um vermelho brilhante, ora ofuscada
por uma chuva de rosas ou uma maçã (um belo close). Sim, ela se alimenta da
fruta do pecado. Outro ponto óbvio da trama é o protagonista Benjamim, um
palhaço em meio a uma crise de melancolia, que só encontra os ventos da mudança
quando adquire um ventilador, que fora uma indicação da personagem de
Alessandra Brantes, em um das cenas iniciais do filme. Não se pode esquecer a
excelente atuação de Moacyr Franco como o delegado Justo, que infelizmente cai
em outra obviedade, o homem da lei aceita ser subornado.
Apesar de quase tudo na obra ser
previsível, a fotografia é muito bela, principalmente as cenas que se passam
dentro do picadeiro, ou retratam as paisagens por onde a trup passa. Benjamim,
filho do palhaço Puro Sangue (Paulo José), sempre está por esses locais olhando
para o horizonte (geralmente retratado em planos gerais), talvez a procura de
algo desse sentido a sua vida novamente. É inevitável observarmos a crise
existencial de Pangaré, inclusive com seu pai, Puro Samgue, e os demais
companheiros, sem nos lembrarmos dos filmes de Fellini. Não que Selton dirija O Palhaço com tamanha maestria ou humor, mas
a influência e a pretensão estão presentes.
Um dos pontos favoráveis ao filme, é que seus personagens secundários conseguem
suprir o desinteresse que o protagonista nos causa. Os irmãos Beto Papagaio e Deto Papagaio (ambos interpretados por Tonico Pereira), que aparentemente vivem sob o mesmo
teto, mas não se falam por pelo o menos 15 anos. Outra dupla caricata é
composta pelos irmãos Lorota, mas novamente caímos no problema dos clichês, os
Lorota sempre querem levar vantagem contando alguma “mentira”. Apesar de esses
personagens coadjuvantes conseguirem prender nossa atenção na obra, isso deixa
evidente uma falha da direção, já que Benjamim/Pangaré é ofuscado por diversos
momentos no filme.
Benjamim chega a fugir do circo para começar uma nova vida, e o símbolo dessa
mudança é finalmente conseguir obter uma carteira de identidade e um novo
emprego, porém ele não se encaixa nesses padrões proletários e decide comprar
um ventilador e retornar aos picadeiros. A medida é satisfatória para Pangaré e
Puro Sangue.
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