A magia de Hugo Cabret



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A Invenção de Hugo Cabret (2011) se passa na França, em plenos anos trinta. Mas engana-se quem pensa que o filme é recheado de glamour, peles, brilhos e afins, já que estamos falando do berço da moda. 


Hugo é um garoto pobre que vive entre os mecanismos de um relógio de uma estação de trem no coração de Paris. Sozinho após a morte do pai, que era relojoeiro, se vê obrigado a cometer pequenos roubos para se alimentar, mantendo a manutenção de sua ‘casa’ e tentando continuar o projeto deixado pelo pai: o de consertar um robô resgatado de um velho depósito.


Tudo tem um propósito até as máquinas. Os relógios dizem as horas, os trens levam a lugares... Por isso as máquinas quebradas me deixam triste, não servem aos seus propósitos. Talvez seja assim com as pessoas. Perder o nosso propósito é como estar quebrado... Imaginava que o mundo inteiro era uma grande máquina. As máquinas nunca vêm com peças sobressalentes, vêm sempre com a quantidade certa que precisam. Então entendi que se o mundo fosse uma grande máquina, eu não poderia ser uma peça sobressalente. Eu tinha que estar aqui por alguma razão...
A poesia do filme é refletida inteiramente nos figurinos dos personagens principais: do inspetor à florista, de Hugo a seu pai, os figurinos refletem o melhor da época e do lugar em que se encontram: uma Paris no contexto da regência e do romantismo, e no início da era vitoriana, que é extremamente marcante para a história da moda.




São muitos ternos neodandianos, com chapéus-coco, ternos e vestidos bem cortados, tailleurs, e boinas, como não poderia faltar num figurino francês, contrapondo a simplicidade (não descontextualizada) com que Hugo e sua amiga Isabelle, enquanto os dois tentam descobrir os mistérios que envolvem o tal robô e o tio de Isabelle, Claude.



É interessante também, porque o filme trata sobre o início do cinema. Então a coisa ferve mesmo é quando a duplinha dinâmica encontra o estúdio. Não vou falar muito sobre essa parte porque não quero dar spoiller (é claro que eu quero que todos vocês assistam!), mas sabe quando você vem abaixo com um certo quesito de um filme? ESSA é a parte!



São cenários incrivelmente lindos, e figurinos que evocam toda a magia existente, a mesma magia que faz a gente sentar numa poltrona de cinema e devorar um filme com os olhos! Confesso que eu fiquei até meio emocionada em ver como o figurino foi levado super a sério, especialmente nesse trecho, no sentido de fazer a gente acreditar que tudo é possível.
Não é a toa que o filme foi indicado ao Oscar (entre outros) de melhor figurino, tendo perdido para a produção francesa muda O Artista (2011). Pontos para a figurinista Sandy Powell que conseguiu deixar muita gente por aí de boquiaberta!

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