Hugo é um garoto pobre que vive
entre os mecanismos de um relógio de uma estação de trem no coração de Paris.
Sozinho após a morte do pai, que era relojoeiro, se vê obrigado a cometer
pequenos roubos para se alimentar, mantendo a manutenção de sua ‘casa’ e tentando
continuar o projeto deixado pelo pai: o de consertar um robô resgatado de um
velho depósito.
Tudo tem um propósito até as máquinas. Os relógios dizem as horas, os trens levam a lugares... Por isso as máquinas quebradas me deixam triste, não servem aos seus propósitos. Talvez seja assim com as pessoas. Perder o nosso propósito é como estar quebrado... Imaginava que o mundo inteiro era uma grande máquina. As máquinas nunca vêm com peças sobressalentes, vêm sempre com a quantidade certa que precisam. Então entendi que se o mundo fosse uma grande máquina, eu não poderia ser uma peça sobressalente. Eu tinha que estar aqui por alguma razão...
A poesia do filme é
refletida inteiramente nos figurinos dos personagens principais: do inspetor à
florista, de Hugo a seu pai, os figurinos refletem o melhor da época e do lugar
em que se encontram: uma Paris no contexto da regência e do romantismo, e no
início da era vitoriana, que é extremamente marcante para a história da moda.
São muitos ternos neodandianos,
com chapéus-coco, ternos e vestidos bem cortados, tailleurs, e boinas, como não
poderia faltar num figurino francês, contrapondo a simplicidade (não
descontextualizada) com que Hugo e sua amiga Isabelle, enquanto os dois tentam
descobrir os mistérios que envolvem o tal robô e o tio de Isabelle, Claude.
É interessante também, porque o
filme trata sobre o início do cinema. Então a coisa ferve mesmo é quando a
duplinha dinâmica encontra o estúdio. Não vou falar muito sobre essa parte
porque não quero dar spoiller (é claro que eu quero que todos vocês assistam!),
mas sabe quando você vem abaixo com um certo quesito de um filme? ESSA é a
parte!
São cenários incrivelmente
lindos, e figurinos que evocam toda a magia existente, a mesma magia que faz a
gente sentar numa poltrona de cinema e devorar um filme com os olhos! Confesso
que eu fiquei até meio emocionada em ver como o figurino foi levado super a
sério, especialmente nesse trecho, no sentido de fazer a gente acreditar que
tudo é possível.
Não é a toa que o filme foi
indicado ao Oscar (entre outros) de melhor figurino, tendo perdido para a
produção francesa muda O Artista (2011).
Pontos para a figurinista Sandy Powell que conseguiu deixar muita gente
por aí de boquiaberta!
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