Happythankyoumoreplease



1 comentários


Oy!

Eu confesso que já assisti muita coisa nessa vida. Ouso até a dizer que já presenciei a maioria dos clichês possíveis nas telas, logo, nada me surpreende muito.

Isso é até ruim pois eu sempre encaro novas produções com muito ceticismo. O que está faltando hoje em dia é algo que seja realmente inovador e original. É tudo sempre muito reciclado, mastigado.
Por isso, digo que Happythankyoumoreplease (2011) foi uma excelente surpresa.

Espero que se divirtam.

HAPPYTHANKYOUMOREPLEASE: O retrato de um cotidiano sutil estampado em Nova York.


Happythankyoumoreplease
Tradução: Feliz Obrigado Mais Por Favor
Ano: 2011
Direção: Josh Radnor
Roteiro: Josh Radnor
Origem: Estados Unidos da América

É sobre o quê?

Sam Wexley (Josh Radnor) é um escritor fracassado que mora em Nova Iorque. No caminho para uma importante reunião ele encontra Rasheen (Michael Algieri), um menino que acabou de se perder no metrô. O garoto se recusa a ficar com as autoridades, então Sam leva-o para casa.

Durante sua estadia, Rasheen conhece os melhores amigos de Wexley: Annie (Malin Akerman), sua melhor amiga e que possui uma doença auto-imune; Mary-Catherine (Zoe Kazan) e seu namorado Charlie (Pablo Schreiber); e Mississippi (Kate Mara), uma atendente de bar e cantora, a qual ele se apaixona.
O que está faltando? Em quê eu me baseio? Minha maior vergonha como escritor é que eu sou esse cara suburbano com ótimos pais. Eu tinha comida, roupas, carona....era cheio de mordomias.


Eu gostei de:

Este filme conseguiu quebrar todos os "pré-conceitos" que eu criei antes de assistí-lo. Querendo ou não, antes de começarmos qualquer coisa, sempre criamos uma certa expectativa (ou falta dela) e tentamos idealizar o que está por vir. Como eu disse acima, eu já presenciei muitos dos clichês possíveis em filmes deste gênero, logo, eu o assisti sem muitas pretensões e realmente me surpreendi.

Para começar, o mais interessante sobre Happythankyoumoreplease (2011), é a forma como seu roteiro foi construído. Por mais que exista um protagonista, a história não é necessariamente sobre ele e sim um retrato do cotidiano comum e sobre as pessoas que o rodeiam.

Os personagens transmitem muito dinamismo, são carismáticos, apaixonantes e ao mesmo tempo muito reais, muito próximos à nossa realidade. Todos eles possuem dúvidas, defeitos, fragilidades e medos de se relacionar. E diante de tudo isso, o longa ainda nos transmite uma energia leve e otimista em seu desfecho.
- Eu nunca poderei vê-la cantar.
- Por que não?
- Porque eu gosto de você.
- Isso não faz sentido.


Outro elogio vai para o ator Josh Radnor, - o Ted da série How I Met Your Mother (2005) - que além de atuar, aqui ele faz sua estreia como diretor, roteirista e está presente em uma das faixas da trilha sonora. Também é perceptível algumas passagens bem autobiográficas durante a trama. 
Eu acho isso incrível, pois além de se provar como ator, ele é um artista completo. Radnor também conseguiu com sucesso realizar uma obra bonita, romântica, sensível e engraçada mas sem soar brega ou clichê.

Destaco também a trilha sonora que é composta por uma vibe indie pop e um pouquinho folk, combinada com uma fotografia bem 'clean'. Tudo muito simpático e divertido de se acompanhar.
Os homens pelos quais me apaixonei eram horríveis e cruéis. Se estou aqui, você deve ser um deles.


Vou falar um pouco sobre a história:

Eu diria que Sam Wexley é um aspirante a escritor, é a única coisa que ele sabe fazer. Porém, nunca obtém muito sucesso nisso.

Quando ele está indo à uma reunião para apresentar seu material a um editor, encontra Rasheen, um garoto que se separou de sua mãe dentro do metrô.
No primeiro momento, Rasheen não falava nada e não queria ir embora, Sam começou a perder a paciência e tentou livrar-se dele. Quando descobriu que o menino era orfão e já havia passado por diversos lares adotivos, o protagonista leva-o para casa até resolver essa situação.

Durante uma festa, conhecemos Annie, a melhor amiga de Sam. A melhor personagem, na minha opinião. A mais adorável e carismática.
Ela possui uma doença auto-imune e para evitar o sentimento de pena das pessoas, Annie sempre demonstra ser uma pessoa forte e feliz. Mas no fundo, ela é extremamente frágil e sensível, principalmente devido aos seus relacionamentos anteriores. A única coisa que falta para completá-la, é ser uma pessoa amada.
Não é fácil ser adorada. Você deve achar ainda mais difícil, eu entendo! Mas você vale essa adoração, Annie. E o fato de você não acreditar, não faz disso ser verdade ou não. É verdade para mim e é isso que importa.
Temos também o casal Mary-Catherine e Charlie. Os dois enfrentam um dilema pois Mary é uma típica Nova Iorquina enraizada, apaixonada pela cidade e nunca pretende se mudar, enquanto Charlie está tentando abrir um negócio rentável em Los Angeles. Durante essa confusão, acontece algo que define o rumo de suas decisões.

E por fim, temos Mississippi, a atendente de bar e cantora a qual Sam se apaixona. Os dois ficam bêbados e na tentativa de levá-la para a cama, ele a convida para mudar-se para o seu apartamento durante 3 dias. Na manhã seguinte ele percebe a besteira que fez.
- Já ouviu The Clash? 
- Não.
- Não conhece The Clash? Tenho tanto para te ensinar....

Eu não gostei:

Em  certos momentos o roteiro se perde em sua própria fórmula. Não chega a se tornar enfadonho, mas em algumas cenas a história parece não se desenvolver apropriadamente.

Outro detalhe triste é o fato do longa não ter recebido a atenção merecida. Apesar de ter sido o vencedor do “Prêmio do Público” no Festival de Sundance em 2010, ele não obteve muita repercursão tanto no Brasil, quanto no exterior.

É uma pena pois Happythankyoumoreplease (2011) realmente merece ser reconhecido e apreciado.
Triteza, vá embora. Vamos ser pessoas que merecem ser amadas. Que valem a pena, porque valemos a pena! Você é um homem bom Sam Wexler. Vá ser amado. É isso!
Vale a pena? Vou gostar?

É um filme que eu recomendaria para qualquer um.
Por outro lado, talvez nem todos vão gostar por ser um estilo bem específico. Eu posso estar dando um tiro no pé, mas eu diria que é quase um Woody Allen. Contudo, com menos acidez e excentricidade.

Também será interessante para os fãs da série How I Met Your Mother (2005). Eu acho curioso quando atores de séries encaram novos projetos e desafios.

Espero que gostem e até semana que vem!


Trailer:

1 comentários:

LucasAlex at: 7 de setembro de 2013 às 15:38 disse...

Melhor texto que eu vi sobre esse filme até agora (incluindo o meu) hauhua fiz um vídeo sobre ele! http://www.youtube.com/watch?v=FXAXG6MK9Rk

Postar um comentário

newer post older post